terça-feira, 28 de agosto de 2012

E já é fim de mês de novo


fonte da imagem: http://migre.me/atDuX

 "Mil milhas até um paraíso qualquer, mas eu não me viro em pressas nem insônias, já não me viro em nada porque sou uma mistura do que quero e do que preciso. Mil mundos me guiaram até aqui, e eu só conheço os cantos do meu apartamento. Pediria perdão aos Astros, mas ainda estou agradecendo a Deus, e acompanhada de Iãsan procurei respostas nos búzios. Tem o tarot também, mas eu congelei meu misticismo e não passo mais nenhuma madrugada em casa porque a vida passa longe desses planetas e já é fim de mês de novo. E de novo. E mais uma vez. Mil coisas me empurram pra loucura. Mas o tempo continua. E eu virei mais uma máquina." (Maria Paula Fraga)



 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Refúgio (In)Certo

Fonte da imagem:  http://migre.me/anUcX 

Era o meu refúgio. Ponto de paz. Descanso. Recanto.

Com ele eu sentia algo meio raro, eu me sentia. Eu tinha a mim mesma ao lado dele, como se só ali eu me reencontrasse. Como se ali qualquer fragilidade minha de menina ficasse menos boba. Com ele eu podia deixar minhas armas na estante, eu podia me despir da armadura que uso dia a dia. É que parecia que eu ficava blindada toda vez que deitava ao lado dele pra chorar um pouco das minhas mil bobagens. Engraçado que mesmo quando ele ria, parecia mesmo que se importava.

Acho que agora ele não se importa mais. Tudo bem, eu não ligo. Mentira. Eu estou mantendo essa pose, mas juro jurandinho que ultimamente essa é a minha fragilidade mais boba que queria contar pra ele. Dizer que queria de volta a intimidade que nós perdemos e dizer que eu ando precisando de paz. Será que dá pra voltar a ser meu ponto/harmonia/aliança/porto?

E me diz que foi sincero. Pelo menos por um domingo ensolarado tem que ter sido tudo do coração, por favor. Tem que ter havido amor, aliança, pelo menos enquanto você enxugava minhas lágrimas com a ponta da blusa.

Houve um ponto entre a sua preocupação se eu tinha chegado bem em casa e o seu a-gente-vai-se-falando que teve amizade, eu sei. Mas algo se quebrou, eu sei também. Só não sei qual foi a peça que quebrou pra eu tentar mandar pro conserto. E você não diz, e minha pergunta sempre é interrompida. E eu cansei, meu amigo. 

Eu vesti minha armadura de novo. Acho que ela tá começando a grudar no meu corpo.

Pode ir, eu quero que você vá. Você está começando a tirar a pouca paz que me resta. Seria de bom grado e consideração que dissesse adeus antes, mas pode levar a sua ingratidão bem guardada. Também estou levando a minha.

E como você diz que eu digo, – Tudo vai dar certo sim.
Com ou sem você, vou achar o meu descanso, meu refúgio. Nem que seja só em mim.



segunda-feira, 20 de agosto de 2012

1, 2, 3, 4 e... Respira.


Está na hora de aprender a respirar, soltar o ar preso nesses pulmões que tem oprimido a vida. Está na hora de parar de se sufocar, de deixar sapos, rãs, leões e palavras ruins e boas saírem e liberarem essa garganta.

E você tem que falar mais devagar, soltando o ar pausadamente, sem te atropelar tanto. Porque você está saindo muito machucada(o). Respira, fala, diz onde dói.

Vai, sente o alívio. Você tem que aprender a respirar.

Eu sei que o ar tá pesado, mas olha, depois do tempo seco sempre vem uma chuva pra refrescar. Você não é o Sertão. Então vai, respira pra vida.

Fonte da imagem: http://migre.me/amR61

sábado, 11 de agosto de 2012

Nota -


Fonte da imagem:  http://migre.me/aeXyg

O nome dele sai com um gosto amargo, quase azedo da minha boca. Sai e os músculos se enrijecem, talvez raiva, ou talvez seja só como quando os músculos se contraem e a gente se inclina pra frente antes de vomitar.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

À procura


Oi, sei que já faz um tempo, mas desculpa se eu te perdi. É que eu sou meio desastrada mesmo, distraída, bagunçada. Eu nem faço ideia de onde te perdi, em que parte da casa ou em que rua você caiu do meu colo, dos meus dedos... 
Não tá fácil, eu estou esbarrando em tudo, me machucando, ralando joelho, ralando a cara e você por aí.  Não tá fácil, eu já nem sei mais em que mês estamos desde que te perdi, minha cabeça foi perdida junto e você por aí. Não tá fácil, a bagunça me engolindo e você por aí. E você por aí, esquecendo o aqui.
Desculpa, mas será que se eu te encontrar ainda vou te achar do mesmo jeitinho? Posso procurar? Eu juro que tô me organizando mais, até anotando na agenda. Se eu te achar te cuido melhor, se eu te achar te amo melhor, se eu te achar eu respiro melhor no meio de toda a minha bagunça. Tá faltando ar sem você nessa casa.
Você bem que podia ter dado uma de João e colocado migalhas de pão pra eu poder te encontrar facilmente de novo, né?

fonte da imagem:  http://migre.me/a9uZB